Cada dia é igual a qualquer outro neste recinto fechado que me prende para me libertar da reduzida e ínfima parte de diálogo familiar a que tenho direito.
Não importa o que penso, ou até mesmo como me sinto, como se estas duas coisas fizessem parte doutro planeta, doutra cultura, é utópico se disser que fazem sentido aqui.
E a única coisa que faria sentido numa vida assim, seria um dia diferente, e sei que ao teu lado nenhum dia seria igual.
Revolucionar é saudável, e por vezes, mesmo que não haja razão para tal, continua a o ser.
Amanha vai ser uma cópia de hoje, sentirei de novo a tua falta e saberei que enquanto não esperar nada da vida, nada vai trazer uma normalidade ao normal…
No momento em que respiro, penso “estou viva”, justamente e apenas os actos da inspiração e expiração me garantem tal facto. Pensar vezes sem conta num futuro idealizado e promissor garante a ansiedade de um amanhã longe que para que tal prémio seja concebido terei eu de sobreviver tantos outros amanhãs infames nesta ingloriosa caminhada.
Oh Deus, porque serei eu merecedora de tão baixa realidade? Porque serei eu merecedora de tão pouca liberdade? Porquê eu?!
Porquê? Respondo-te porquê! Porque transpiras beleza, porque resplandeces numa noite de verão, quente, seca e iluminada pela lua! Porque és tão bela que a vida rói-se de ciúmes de ti! E então prende-te, qual bruxa apavorada prende a linda princesa!
Mas tu és grande! Não tardas a soltar-te! Não tardam a fazer justiça contigo! Para breve está a tua estreia! Para breve está a altura em que o mundo te vai poder beber e respirar o quanto quiser!
Não aflijas nestes dias mais obscuros da tua vida, pois como alguém já me disse: “É das nuvens mais escuras que cai a chuva mais límpida”. Aproveita tudo o que a vida deixar escapar para ti! Suga toda a felicidade e toda a alegria do tutano deste mundo infame! Que aí sim serás recompensada, pois só quem passa pelas provas mais difíceis, alcança os seus sonhos mais profundos e idealizados!
Não desesperes, dá-me a mão, mesmo que seja de brincadeira, como os putos, e vem por esse mundo fora, imagina-te nos melhores sítios e depois transporta o que de melhor esses sítios têm para este local triste e envolto nas trevas.
Pinta o teu mundo da cor que pretendes. E ele acabará por se tornar dessa cor! A mudança começa na nossa mente!
" (...) Ele sentou-se na calçada da loja e tirou um livro do alforge.
-Não sabia que os pastores eram capazes de ler livros-disse uma voz feminina a seu lado.
Era uma rapariga típica da região de Andaluzia, com os cabelos negros e escorridos, e os olhos que lembravam vagamente os antigos conquistadores mouros.
-É porque as ovelhas ensinam mais do que os livros-respondeu o rapaz. Ficaram a conversar durante mais de duas horas. Ela contou-lhe que era filha do comerciante, e falou da vida na aldeia, onde cada dia era igual a outro. O pastor falou de Andaluzia, das últimas novidades que viu nas cidades que visitara. Estava contente de não precisar de conversar sempre com as ovelhas.
-Como aprendeste a ler?-perguntoua rapariga a certa altura.
-Como todas as outras pessoas-respondeu o rapaz.-Na escola.
-E, se sabes ler, então por que és apenas um pastor?
O rapaz deu uma desculpa qualquer para não responder àquela pergunta. Tinha a certeza de que a rapariga jamais entenderia. Continuou a contar as suas histórias de viagem, e os pequenos olhos mouros abriam-se e fechavam-se de espanto e surpresa. Á medida que o tempo foi passando, o rapaz começou a desejar que aquele dia não acabasse nunca, que o pai da jovem ficasse ocupado por muito tempo e o mandasse esperar durante três dias. Percebeu que estava a sentir uma coisa que nunca tinha sentido antes: vontade de ficar a morar numa única cidade para sempre. Com a menina dos cabelos negros, os dias nunca seriam iguais.
Mas o comerciante finalmente chegou e mandou que ele tosquiasse quatro ovelhas. Depois, pagou-lhe o que era devido, e pediu-lhe que voltasse no ano seguinte.
Agora faltavam apenas quatro dias para chegar de novo à mesma cidade. Estava excitado e ao mesmo tempo inseguro: talvez a menina já o tivesse esquecido. Por ali passavam muitos pastores para vender lã.
-Não tem importância-disse o rapaz para as suas ovelhas. - Eu também conheço outras meninas noutras cidades.
Mas no fundo do seu coração, ele sabia que tinha importância. E que tanto os pastores, como os marinheiros, como os caixeiros-viajantes, sempre conheciam uma cidade onde havia alguém capaz de fazer com que esquecessem a alegria de viajar livremente pelo mundo." -O alquimista, Paulo Coelho
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